Cristão pode comemorar o Halloween?

Chega o final do mês de outubro e muitos cristãos precisam enfrentar as inúmeras questões das crianças querendo saber por que elas não podem participar do Halloween da escola.

Afinal, o cristão pode ou não pode comemorar o Halloween? O que está por trás da festa norte-americana que foi incorporada no Brasil como Dia das Bruxas?

Encontramos respostas para essas dúvidas e separamos para vocês ensinamentos valiosos que irão responder essa questão de uma vez por todas.

O que é o Halloween?

O Halloween é uma festa pagã irlandesa associada ao Festival celta chamado Samhain, onde para comemorar o início da colheita (31 de outubro) e o ano novo, ofertas de sacrifícios eram feitas e fogueiras eram acesas.

Anos depois, no século VIII, a Igreja Católica instituiu o 1º de novembro como Dia de Todos os Santos, o dia anterior passou a ser reivindicado como a celebração “All Hallows’ Eve” (Véspera de Todos os Santos).

A crença antiga dizia que nesta data os mortos se levantavam e se apoderavam dos corpos vivos. As fantasias utilizadas nessa data serviam então para afastar os espíritos para que eles não se apossassem das pessoas.

Na Idade Média a Igreja Católica passou a condenar a prática de se fantasiar para espantar os espíritos e passou a considerar a prática como Dia das Bruxas.

Com paganismo e bruxaria envolvidos na história dessa festa, já é possível entender porque tantos cristãos não comemoram a data e ainda fazem questão de não compactuar com essas comemorações.

A Bíblia condena o Halloween?

Não há nenhuma menção na bíblia sobre esta festa em específico, mas em alguns versículos encontramos base para considerar uma possível proibição.

Um desses textos é Efésios 5:7-15, onde lemos sobre luz e escuridão, sendo que o ocultismo, base da bruxaria, sendo considerado os atos inúteis do mal e da escuridão que o autor pede para que não participemos.

Para muitos a justificativa para que cristãos não participem do Halloween é associar a data a uma celebração à morte. E, nestes casos, usa-se o versículo de João 10:10, o ladrão veio para matar, mas Jesus veio para nos dar a vida eterna.

Ou ainda temos II Timóteo 1:10 onde lemos que Cristo destruiu a morte e nos trouxe a vida eterna através do Evangelho.

Como podemos celebrar a morte, se temos uma aliança que nos garante a vida? Esse é um dos principais argumentos contra a festa pagã do Dia das Bruxas.

Filhos e Halloween – Como os pais cristãos devem agir

O blog do reverendo Billy Graham mantém no ar conselhos importantes que o evangelista passou aos seus seguidores em mais de 70 anos de ministério.

O aconselhamento sobre este assunto traz uma luz para os pais com crianças pequenas que são inseridas nesse sentimento de “Dia das Bruxas” em suas escolas.

Para o evangelista, o correto é que cada família adote uma abordagem sobre o Halloween seguindo as suas convicções.

“A responsabilidade de tomar essa decisão recai sobre os adultos da família, não as crianças”, ensina.

Alguns pais se adaptam às práticas tradicionais de Halloween, enquanto outros desenvolvem alternativas totalmente diferentes do que é praticado pela festividade ainda cheia de referências pagãs.

Graham diz ainda que as crianças são pressionadas por seus amigos a participarem desses eventos e que caberá aos pais proporcionarem um ambiente seguro e divertido para os seus filhos durante a semana da comemoração.

Nos EUA, segundo o blog do Billy Graham, algumas famílias adotam as “festas do outono”, pedindo para que as crianças se vistam de um tema específico, mas sem nenhuma ligação com bruxaria ou celebração aos mortos.

As famílias também passam a mostrar desenhos com conteúdo positivo aos seus filhos, apresentando personagens de livros ou até personagens bíblicos como alternativa para as fantasias.

Seja qual for a forma que a família escolher abordar sobre o tema, é importante que as crianças sejam alertadas sobre como se comportar em relação ao sentimento familiar com os seus amigos que não possuem o mesmo entendimento.

O que o cristão deve fazer?

De fato, o tema um desafio por não termos uma orientação clara sobre isso na Bíblia e também porque ao longo dos séculos a festa de Halloween passou por grandes transformações, mesmo preservando alguns pontos pagãos como as fantasias e a distribuição de doces.

Talvez a resposta cristã mais apropriada para esta questão de comemorar ou não o Halloween seja estudar o assunto por nós mesmos e seguir as convicções do nosso próprio coração.

Alguns cristãos optam por se esconder da data, isso é, não comemoram e evitam tudo que esteja relacionado ao Dia das Bruxas.

Outros criam uma avaliação “positiva” sobre a festa pagã e comemoram por considerar que não seja pecado estar fantasiado de monstros, vampiros, bruxas e mortos apenas por diversão.

Mas também vemos uma crescente entre os cristãos que são criar festas alternativas para o Halloween. Como o dia 31 de outubro também é o Dia da Reforma Protestante, algumas igrejas “ressignificam” a data passaram a criar programação especial pela Reforma.

Outras, como é o caso da Igreja Lagoinha em Orlando (Flórida-EUA) criaram a festa “Happy Pumpkin”, referência à abóbora do Halloween, com distribuição de doces, brincadeiras e outras diversões para crianças e adultos.

Uma forma interessante também de passar por essa comemoração é conversar com o seu pastor e entender qual é o posicionamento da igreja diante deste período.

Ministérios com crianças também podem abordar o tema diretamente com os pequenos, a fim de tirar todas as dúvidas e ensinar a nova geração sobre o que é a comemoração da morte e como nós, os cristãos, somos agraciados pela vida eterna conquistada pelo sacrifício de Jesus.

Quer saber mais sobre o assunto? O  livro “Halloween – Folclore americano ou estratégia de Satanás?”, de Steve Russo, traz a resposta de vários questionamentos pertinentes sobre este assunto.